sexta-feira, 30 de maio de 2008

O preço da modernidade...


O centro da cidade mudou esta semana, mais uma vez de cara.
A acrescer à construção do Fórum Barreiro, chegam agora as obras do antigo Mercado 1º de Maio, o que significa que teremos de nos habituar a conviver com pequenos incómodos que facilmente serão esquecidos quando estas duas novas estruturas abrirem as portas aos Barreirenses.

Quem seguramente não esquecerá tão depressa este período, se eventualmente lhe conseguirem sobreviver, serão os vendedores do Mercado 1º de Maio que estão a pagar bem cara a sua deslocalização, sentindo na pele, mais do que todos nós, o preço da modernidade.

Longe da vista dos Barreirenses, foram, no dia a dia, facilmente substituídos pelas pequenas superfícies comerciais do centro da cidade, e aos fins-de-semana pelos hipermercados da zona circundante.

Posso e tenho comprovado este facto como espectadora privilegiada, da janela da minha casa, e ainda presencialmente.
"40 euros por dia, não dá para os gastos", dizia-me outro dia uma das vendedoras...continuava ainda a mesma senhora, "ao fim-de-semana o movimento é maior mas nada que se compare com o antigamente, não sei onde vamos parar".

Que solução tem para esta gente o Executivo do PCP, que consciente desta situação, fez, ainda por cima, subir as taxas que estes pequenos comerciantes são obrigados a pagar?

Com a abertura do Fórum Barreiro, ironicamente a inicial localização do novo Mercado 1º de Maio, prevista para daqui a poucos meses, estes comerciantes ficarão não só longe da vista, como cada vez mais longe da bolsa dos Barreirenses.



segunda-feira, 19 de maio de 2008

A falácia da participação...


O tema da futura localização da Estátua Alfredo da Silva foi, como se esperava, um dos temas centrais da última Assembleia Municipal extraordinária.

As posições das diferentes forças partidárias, foram, naturalmente, diferentes e em alguns dos casos surpreendentes.

Entre a defesa pelo PSD que a Estátua deveria ser mantida no mesmo local, embora fora do seu actual conjunto arquitectónico e a indiferença do BE face à matéria que diz "nim", escondendo-se atrás da proposta de realização de um inquérito à população, o PS defendeu que o referido monumento deverá ser mantido no mesmo local e que, a ser retirado, que sejam ouvidos os Barreirenses com recurso a um referendo.

Esta proposta do PS foi reprovada com os votos contra do PCP e as abstenções das duas outras forças politicas, negando assim aos Barreirenses o direito que o estado democrático em que supostamente vivemos lhes confere, ou seja, o direito a terem "voto na matéria".

A reflexão importante, é, na minha opinião, tentarmos perceber qual o conceito de democracia participativa do PCP, que conduz ao lema do actual mandato: "Barreiro, Cidade da Participação."

Se o PCP defende Democracia Participativa como o regime que confere aos cidadãos, neste caso aos Barreirenses, o direito a participar na vida da sua cidade para além do mero exercício do voto, há ainda um longo caminho a percorrer...

Participar não se resume, como tem sido feito até agora através das Opções Participadas, ao simples acto de informar criando nos Barreirenses a ilusão de uma efectiva proximidade, mas sim a uma verdadeira interacção entre o poder legitimamente eleito e os cidadãos.

A Discussão Pública do Centro da Cidade realizada no passado dia 8 de Fevereiro, não passou de uma sessão de informação seleccionada, que deixou, para além de muitas questões por responder, a sensação aos cidadãos mais atentos que estão a participar numa questão que, afinal, já está há muito mais do que decidida.

Relativamente à Estátua Alfredo da Silva, a posição do Executivo Camarário de remover o monumento para o "Largo das Obras" ou para o interior da Quimiparque, é desde há muito amplamente conhecida.

É certo que todos nós, tal como o Senhor Presidente da Câmara, Carlos Humberto, que também considero um cidadão íntegro e honesto, queremos o melhor para a nossa cidade.

Mas não podemos ignorar, sem qualquer toque de saudosismo, que o melhor da nossa cidade são também as suas referências e as suas memórias, não devendo por isso ser excluídas de qualquer projecto simplesmente em nome da modernidade.

Por mim, como cidadã do Barreiro, discordo frontalmente do Vereador Joaquim Matias.

Não considero que a Estátua, por si só, seja "um obstáculo para uma praça ampla, com espaços comerciais e esplanadas".

Penso que a Estátua, como sempre lhe chamei, tem e deve ter um lugar nessa praça, sob a pena de cairmos no esquecimento, e, no meio da leitura de um jornal, confortavelmente instalados numa das futuras esplanadas, podermos pensar que estamos em Barcelona ou no meio de outra cidade qualquer.

Não se esqueça, Senhor Vereador, que são os projectos que se adaptam às cidades e às suas referências, a não ser que intencionalmente as queiramos apagar, mas isso já é outra história...

É apenas a minha opinião...
A de grande parte dos Barreirenses, infelizmente, nunca chegaremos a conhecer...


segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nova morada...


Já começaram as obras de remoção da estátua Alfredo da Silva.
Aguardemos pela próxima reunião extraordinária da Assembleia Municipal, que se realizará na próxima quarta-feira, para sabermos qual será o seu o destino...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Humberto Delgado, o General sem medo...

Foi ontem lançada na Assembleia da República, a primeira biografia de Humberto Delgado da autoria do seu neto, Frederico Delgado Rosa.
A obra resulta de sete anos de investigação e reúne nas suas 1300 páginas, a vida do homem que protagonizou o sonho de tantos portugueses de derrubar o regime da ditadura em Portugal, sendo, nesta conjuntura, candidato às eleições democráticas de 1958.

Os seus discursos constituíram verdadeiros desafios ao regime e às forças policiais, e a sua campanha eleitoral foi marcada por grandes comícios de norte a sul do país, tendo os seus apoiantes sido vítimas de numerosas perseguições e intimidações.

É assasinado em Badajoz no dia 13 Fevereiro de 1965, vítima de uma cilada montada pela PIDE.
O regime nunca reconheceu as responsabilidades deste crime e "montou" a mais grotesca farsa judicial de todos os tempos.

"O General Humberto Delgado não foi assassinado com um único tiro de pistola, como foi difundido na época. Relatórios de autópsia devidamente reconhecidos provam que a sua morte resultou de um espancamento bárbaro", refere, indignado , Frederico Delgado Rosa.

Célebre pela frase "Obviamente, demito-o", Humberto Delgado é um símbolo da história do Portugal Contemporâneo renascendo neste livro que, num tom apaixonado, narra factos intimistas, até hoje vedados aos jornalistas.

Uma obra a não perder...


terça-feira, 6 de maio de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

Dia da Mãe...

Conheço tantas palavras que te podia dizer...
Pensei, pensei e apenas uma me ocorre:
Obrigada.
Obrigada, MÃE!


Dedicado a todas as Mães do mundo.

quinta-feira, 1 de maio de 2008


Foi assim no dia 1º de Maio de 1974.
O primeiro Dia do Trabalhador festejado em Liberdade.