quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Assim vai o PCP...

O diferendo que envolveu a deputada do PCP, Luísa Mesquita e a direcção do PCP em 2006, culminando com a retirada da confiança politica, com o afastamento da deputada das comissões de Educação e dos Negócios Estrangeiros e mais tarde com a sua expulsão do partido, volta a ser notícia em ano de eleições autárquicas pelas consequências que daí advieram.

Recorde-se que contrariamente aos deputados Odete Santos e Abílio Fernandes, que aceitaram com normalidade o facto de, em nome da renovação, serem substituídos no parlamento, Luísa Mesquita recusou-se a renunciar ao seu mandato, mantendo-se também como vereadora na Câmara Municipal de Santarém.

Facto é que relativamente ao Distrito de Santarém, e em consequência do impacto deste processo de expulsão fundamentado, segundo a própria, pelo Comité Central com um sem número de falsidades, seis dos sete presidentes de junta da CDU estão a trabalhar para se apresentarem nas próximas eleições como independentes, segundo relataram à Agência Lusa.

Carlos Beja, presidente de uma das juntas de freguesia, confirmou que os autarcas eleitos pela CDU, que acompanharam Luísa Mesquita no processo que a opôs ao partido, têm trabalhado colectivamente com a vereadora.

Firmino Oliveira, outro dos presidentes de junta do concelho, confirma também a sua opção de ter trabalhado com a vereadora afirmando ainda que o fará até final do mandato.

Luísa Mesquita, por seu turno, confirma que existe um colectivo que tem estado a trabalhar consigo, que inclui para alem dos 6 presidentes de junta, dois eleitos em diferentes freguesias.

Tanto Firmino de Oliveira como Carlos Beja confirmaram ter sido contactados pelo PCP relativamente à sua disponibilidade para integrarem as listas para as eleições autárquicas, embora Carlos Beja, actual cabeça de lista, tenha referido que todos os elementos da sua lista foram contactados antes dele, claramente marginalizado pela sua posição solidária para com Luísa Mesquita.

São factos como estes que nos dão a verdadeira imagem do PCP.
O despotismo e as perseguições dentro do partido começam a ser cada vez mais visíveis e tentam de várias formas calar as vozes que no seu seio se atrevem a serem dissonantes e a defenderem as suas opiniões.

São factos como estes que contradizem claramente as afirmações de Jerónimo de Sousa no congresso do PCP realizado no último mês de Outubro:

“…Desde 2004 o PCP cresceu, reforçou-se, aumentou a sua influência politica e eleitoral e afirmou-se como o partido da classe operária…”

Olhe que não, senhor Secretário-geral…
O resultado da ditadura interna está à vista…

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