sexta-feira, 30 de maio de 2008

O preço da modernidade...


O centro da cidade mudou esta semana, mais uma vez de cara.
A acrescer à construção do Fórum Barreiro, chegam agora as obras do antigo Mercado 1º de Maio, o que significa que teremos de nos habituar a conviver com pequenos incómodos que facilmente serão esquecidos quando estas duas novas estruturas abrirem as portas aos Barreirenses.

Quem seguramente não esquecerá tão depressa este período, se eventualmente lhe conseguirem sobreviver, serão os vendedores do Mercado 1º de Maio que estão a pagar bem cara a sua deslocalização, sentindo na pele, mais do que todos nós, o preço da modernidade.

Longe da vista dos Barreirenses, foram, no dia a dia, facilmente substituídos pelas pequenas superfícies comerciais do centro da cidade, e aos fins-de-semana pelos hipermercados da zona circundante.

Posso e tenho comprovado este facto como espectadora privilegiada, da janela da minha casa, e ainda presencialmente.
"40 euros por dia, não dá para os gastos", dizia-me outro dia uma das vendedoras...continuava ainda a mesma senhora, "ao fim-de-semana o movimento é maior mas nada que se compare com o antigamente, não sei onde vamos parar".

Que solução tem para esta gente o Executivo do PCP, que consciente desta situação, fez, ainda por cima, subir as taxas que estes pequenos comerciantes são obrigados a pagar?

Com a abertura do Fórum Barreiro, ironicamente a inicial localização do novo Mercado 1º de Maio, prevista para daqui a poucos meses, estes comerciantes ficarão não só longe da vista, como cada vez mais longe da bolsa dos Barreirenses.



3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Ana!
Se um pouco de bom senso houvesse, o executivo do PCP, tal como sugeriu o vereador Amilcar Romano na última reunião de câmara, abolia as taxas que os comerciantes estão obrigados a pagar.
Talvez assim, eles pudessem sobreviver!
Eu também sei, que já há casos dramáticos de comerciantes, que se isto continuar assim pensam abandonar o negócio!
Um preço muito caro...
Bom fds.
Carlos Duarte

Anónimo disse...

Olá, boa noite,

a situação do Mercado 1º de Maio não poderá ser vista e equacionada de uma forma isolada, nos outros mercados concelhios também existe crise, existem igualmente vendedores a atravessar dificuldades. Todas estas situações estão directamente ligadas ao momento de crise que o país atravessa. Os encargos a montante são elevadissimos. A proposta do Vereador Amilcar Romano não é itelectualmente séria pois não leva em linha de conta estes considerandes. A baixa do ISP por parte do Governo teria mais efeitos nesta crise dos vendedores do que a porposta do sr. vereador. Levaria a uma diminuição dos custos de produção, transporte, conservação e colocação no mercado dos produtos, associada á redução do IVA de 21 para 20% iria levar ao aumento do poder de compra dos portugueses e consequentemente a melhores negócios para os vendedores. Mas enfim a solução mais simples é dar o peixe e não a ciação de condições para se pescar (provébio chinês adaptado).

antónio

Ana Gomes da Silva - Capikua disse...

Caro António,

A situação do Mercado 1ºde Maio pode e deve ser vista de forma particularizada, uma vez que a sua deslocalização, embora necessária, agrava de forma substancial a "crise geral" de que fala.

Esta "crise geral", está também longe de ser nacional, como sabe.

Agora, se existem taxas que são da responsabilidade directa das autarquias, não acredito que ache correcta nem tão pouco solidária este tipo de actuação.

Se os dirigentes mais próximos das populações "sacodem com tanta facilidade a água do capote", estamos mal, porque esses sim, com este tipo de actuação, deixarão muito a desejar quanto à sua seriedade intelectual.

Onde vai parar a missão social de que tanto falam???

Fico por aqui.

Cumprimentos,

Ana Gomes Rocha