Caro Pedro,
Começo por agradecer o seu comentário ao post "Dois exemplos de coragem" e, naturalmente, dar-lhe as boas vindas a este blogue.
Importa que saiba que tenho uma admiração profunda pela Conceição Matos.
Considero-a um ser humano ímpar, que elevou a coragem e a dignidade humana ao seu mais alto expoente.
São os exemplos de todos que como ela, independentemente da sua ideologia política, lutaram pela soberania do nosso povo, que devemos não só reter na memória mas também transmitir às gerações vindouras.
Quanto à questão do rigor, permita-me que discorde da sua opinião, na medida em que foi esse rigor que me impôs clarificar as situações dos digníssimos Edmundo Pedro e Sottomayor Cardia que refere no seu post.
Pareceu-me redundante fazê-lo nos outros dois casos tendo em conta que mantiveram o seu percurso ideológico.
Em nome desse mesmo rigor, deixe-me lembrar-lhe o nome de um dos maiores livre pensadores da nossa história, com um pequeno extracto da sua biografia, que passo a transcrever:
"Passou como muitos outros intelectuais, pela cadeia do Aljube, durante o regime do Estado Novo, dando ali entrada no início de Dezembro de 1939.
A tarimba que lhe servia de cama era apenas provida de um exergão sebento, duro como pedra.
Sentado na tarimba, os joelhos roçavam as paredes, tudo isto na penumbra.."
Este homem chamava-se MIGUEL TORGA e nunca se filiou em nenhum partido politico.
Dizia muitas vezes: "O meu partido é o mapa de Portugal."
Também ele merece a nossa homenagem.
Todos estes homens e mulheres que se insurgiram contra o jugo da ditadura que tantos anos pesou sobre o nosso país, merecem, sem excepção, a nossa homenagem, respeito e admiração.
É a todos eles que devemos a LIBERDADE...
Cumprimentos
Ana Rocha
Começo por agradecer o seu comentário ao post "Dois exemplos de coragem" e, naturalmente, dar-lhe as boas vindas a este blogue.
Importa que saiba que tenho uma admiração profunda pela Conceição Matos.
Considero-a um ser humano ímpar, que elevou a coragem e a dignidade humana ao seu mais alto expoente.
São os exemplos de todos que como ela, independentemente da sua ideologia política, lutaram pela soberania do nosso povo, que devemos não só reter na memória mas também transmitir às gerações vindouras.
Quanto à questão do rigor, permita-me que discorde da sua opinião, na medida em que foi esse rigor que me impôs clarificar as situações dos digníssimos Edmundo Pedro e Sottomayor Cardia que refere no seu post.
Pareceu-me redundante fazê-lo nos outros dois casos tendo em conta que mantiveram o seu percurso ideológico.
Em nome desse mesmo rigor, deixe-me lembrar-lhe o nome de um dos maiores livre pensadores da nossa história, com um pequeno extracto da sua biografia, que passo a transcrever:
"Passou como muitos outros intelectuais, pela cadeia do Aljube, durante o regime do Estado Novo, dando ali entrada no início de Dezembro de 1939.
A tarimba que lhe servia de cama era apenas provida de um exergão sebento, duro como pedra.
Sentado na tarimba, os joelhos roçavam as paredes, tudo isto na penumbra.."
Este homem chamava-se MIGUEL TORGA e nunca se filiou em nenhum partido politico.
Dizia muitas vezes: "O meu partido é o mapa de Portugal."
Também ele merece a nossa homenagem.
Todos estes homens e mulheres que se insurgiram contra o jugo da ditadura que tantos anos pesou sobre o nosso país, merecem, sem excepção, a nossa homenagem, respeito e admiração.
É a todos eles que devemos a LIBERDADE...
Cumprimentos
Ana Rocha
7 comentários:
O rigor e a qualidade que aqui nos trazes, merecem um bem haja!
Longa vida a este espaço de dedicação e coragem...
Obrigada, Carlos.
Nestas e em outras batalhas, conto contigo.
Bj
Ana
E viva o poeta!!!
Ele é que tinha juízo!
Miguel Torga é um nome grande a toda a linha.
Ainda bem que o evocou!
Beijinhos.
São,
"Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.
Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar..."
Miguel Torga
Era um texto num dos meus livros de liceu que guardo na memória...
Infelizmente, Miguel Torga foi apenas um exemplo...
Agostinho da Silva, também foi preso pela PIDE em 1943.
Abandonou o país no ano seguinte...
Um beijinho e resto de um bom dia.
Ana
Olá Ana. É com entusiasmo que leio os últimos posts do teu blog. É este refrescar de memória que as pessoas precisam, para que não esqueçam os malefícios da Ditadura Salazarista.
Naquele tempo o Regime tinha um inimigo único os Comunistas... Quem quer que se opusesse ao regime era imediatamente comunista, quer o fosse ou não.
Outros houveram que ingressaram no PCP, pois era a única força organizada, que se opunha ao regime. Mas na madrugada da Liberdade perceberam que também estes propunham um regime ditatorial, a Ditadura do Proletariado, e abandonaram o partido, tendo ingressado noutros partidos ou movimentos políticos.
Nestes tempos que antecedem as comemorações do 25 de Abril, pergunto-me para quando uma análise desassombrada dos tempos da ditadura, para de uma vez por todas exorcizarmos esse fantasma, que continua escondido no armário, mas que o seu fedor impede que progridamos quer socialmente, quer civicamente.
Um bem haja e um Beijo
Olá Gil,
Obrigada pelo teu comentário.
Penso que percebeste muito bem a essência da mensagem destes "9 dias por Abril".
Fica atento aos próximos "posts".
Volta sempre.
Bj
Ana
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