terça-feira, 29 de abril de 2008

Obrigada, Charlie 8...

Quero agradecer a todos os que, sob o lema "9 dias por Abril", visitaram e comentaram os "posts" publicados neste blogue, nesta nossa pequena viagem ao momento mais "poético" da história do nosso Portugal.

Agradeço também às senhoras que tão prontamente nos brindaram com os seus testemunhos, transmitindo-nos a visão do seu "Abril".

Ilustro este agradecimento com a imagem do Capitão Salgueiro Maia, na operação 25 de Abril com o nome de código de Charlie 8, que permanecerá na nossa memória como o grande rosto da Liberdade...

Obrigada, Charlie 8.

Brevemente, voltaremos ao tema da Liberdade...

Ana G. Rocha

sexta-feira, 25 de abril de 2008


Gostei muito do dia 25 de Abril de 1974.
Nesse dia a escola foi só um bocadinho e eu fartei-me de brincar.

A minha avó foi buscar-me mas parecia preocupada. Estava ansiosa que os meus pais chegassem a casa. Achei que ainda era cedo mas não disse nada.
Na televisão viam-se muitos soldados mas não havia guerra.

O meu pai foi o primeiro a chegar e vinha muito contente. Fingi que não o tinha visto a chorar pois tive medo que ficasse envergonhado.
Sentou-me ao colo dele e ficámos a ver os soldados sem guerra na televisão.

A minha mãe chegou mais tarde.
Também ela vinha muito contente e trazia na mão um molho de flores vermelhas, que eu não me lembro de ter visto antes, mas que disse chamarem-se cravos.

Os meus pais abraçaram-se e choraram, mas não estavam tristes.
A minha mãe falava muito e contava o que tinha visto.
Acho que era sobre aqueles soldados sem guerra, num sítio qualquer chamado Carmo.
Não percebi nada e achei que, naquele dia, os adultos todos se comportaram de uma forma muito estranha.

A minha mãe trouxe-me cerejas dentro de um pacote de papel castanho com risquinhas vermelhas, que eu comi em frente à televisão.
Eu adoro cerejas.

Fomos muitas vezes à varanda da nossa casa, com vista para a Avenida Alfredo da Silva, para vermos as pessoas que passavam na rua.
Eram cada vez mais e estavam tão felizes como eu quando como cerejas.
Nunca tinha visto tantas pessoas felizes juntas.

Também ouve outra coisa que gostei.
O meu pai pediu-me ajuda para fazer um "V" com as flores vermelhas que a minha mãe tinha trazido, os cravos.

Pendurámos o "V" na varanda para que todas as pessoas pudessem ver.
Ficou muito bonito. O meu pai disse que era um "V" de vitória.
Mais uma vez não percebi nada mas não quis estragar a festa com a minha ignorância.

Gostei muito do dia 25 de Abril de 1974.
Mas o que mais gostei foi das cerejas e das flores vermelhas, os cravos...

Ana Gomes Rocha

Viva a LIBERDADE!

Esta noite, a Liberdade

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O meu 25 de Abril, por Isana

O levantar era cedo.
O barco, o das 06h15 rumo a Lisboa, onde se ganhava o pão.
Na manhã de 25 de Abril de 1974, mais uma vez, a rotina cumpriu-se.
Mais um dia de trabalho.

Quando cheguei ao barco, as conversas eram no entanto diferentes.
Falava-se que tinha havido "alguma coisa" em Lisboa.
Na rádio, algumas notícias curtas e imprecisas e música diferente.

À chegada, em vez do caminho habitual pela Praça do Comércio, fomos encaminhados para o "Campo das Cebolas" e os que tinham como destino o Rossio, tiveram que fazer o trajecto pela Rua da Madalena.

Com um sentimento de apreensão crescente, dirigi-me rapidamente para o emprego.
Durante a manhã, fomos percebendo que era uma Revolução.

O medo, naquela época um sentimento tão normal, dissipou-se e deu lugar ao nervosismo, à curiosidade.
Depois, uma alegria imensa, quando tive a noção que os militares estavam do nosso lado.
Do lado dos oprimidos, dos explorados, dos amordaçados...
Deixei o emprego e dirigi-me ao Largo do Carmo.

Vivi Abril com toda a alegria!
Vivi a Liberdade, que me encheu o peito e me lavou a alma!
Vivi e saboreei, o momento que pensei ser impossível e que hoje recordo com eterna saudade.

Viva a Liberdade!
Viva o 25 de Abril!

Isana

O "rigor" impõe-me que diga que Isana ainda hoje é Comunista,
tendo-se mantido fiel aos seus princípios ideológicos.

Aprendi e aprendo com ela tudo o que sou.
Obrigada, Mãe!!!

terça-feira, 22 de abril de 2008

O meu 25 de Abril, por Conceição Banza


Começo por agradecer à minha cara amiga Ana o amável convite que me endereçou para dar o meu testemunho sobre o inesquecível dia em que a ditadura de Salazar e Caetano foi finalmente derrubada.


Para mim, 25 de Abril de 1974 foi, em simultâneo, um dia feliz e desagradável.

Eu desempenhava as minhas funções profissionais no Centro Social Médico-Educativo Nº1, no Alfeite. Nesse dia cheguei cerca das sete horas da manhã e, inesperadamente, fui confrontada com a proibição de entrar nas instalações. Aliás, como todo o pessoal civil.

Desconheço se a Base Naval do Alfeite sabia o que se estava a passar e se alinhava ou não no golpe militar.

Sei é isto:eu não tinha a mínima ideia de que em Lisboa havia militares na rua.

Entretanto, como fora de boleia, já não tinha transporte para regressar a casa.Valeu-me a solidariedade de uma colega que me acolheu em sua casa, a poucos metros do Portão Verde (por aqui entrava o pessoal da Base, onde - talvez estranhamente - nunca cheguei a ir!).

Começou assim um dia muito longo e enervante, ouvindo as notícias do então Rádio Clube Português e sem hipótese de ligações rápidas e precisas com quem quer que fosse, pois telemóveis e afins ainda não tinham feito a sua aparição.

Ainda tenho nos olhos os aviões a sobrevoar a zona e os tanques a passarem, sem nós sabermos muito bem qual seria o desfecho. A incerteza era aumentada pelo facto de a saída de tropas das Caldas da Raínha, pouco tempo antes, ter fracassado rotundamente.

Para complicar ainda mais a situação , a minha colega estava em fim da segunda gravidez e o filho mais velho , naturalmente excitado com todo o alvoroço e talvez contagiado pelo nosso próprio nervosismo, parecia ter entrado em ebulição, sem intervalar disparates atrás de disparates.

A certa altura, a mãe perdeu por completo a paciência e deu-lhes umas valentes palmadas.

Eu só pensava que, no meio de todo aquele desatino, ainda teria que servir de parteira, coisa assustadora ainda hoje.

Quando, por fim, regressei a casa , tive , então, a imensa alegria de saber do golpe efectuado pelos capitâes do Movimento das Forças Armadas e do fim da ditadura que nos esmagou durante décadas.

Aqui rendo homenagem , na pessoa de Salgueiro Maia, a todos os militares que derrubaram um regime vergonhoso que, além do mais, mantinha uma guerra colonial sem sentido.

Quero prestar também a todas as pessoas que se opuseram a Salazar e Caetano, algumas perdendo mesmo a vida nessa luta.

Lamentavelmente, a Democracia tem permitido muitos abusos e está manchada pela corrupção.

Mas, apesar dos pesares, é infinitamente melhor do que a Ditadura!


ABRIL, SEMPRE!!

Em resposta...

Caro Pedro,

Começo por agradecer o seu comentário ao post "Dois exemplos de coragem" e, naturalmente, dar-lhe as boas vindas a este blogue.

Importa que saiba que tenho uma admiração profunda pela Conceição Matos.
Considero-a um ser humano ímpar, que elevou a coragem e a dignidade humana ao seu mais alto expoente.

São os exemplos de todos que como ela, independentemente da sua ideologia política, lutaram pela soberania do nosso povo, que devemos não só reter na memória mas também transmitir às gerações vindouras.

Quanto à questão do rigor, permita-me que discorde da sua opinião, na medida em que foi esse rigor que me impôs clarificar as situações dos digníssimos Edmundo Pedro e Sottomayor Cardia que refere no seu post.

Pareceu-me redundante fazê-lo nos outros dois casos tendo em conta que mantiveram o seu percurso ideológico.

Em nome desse mesmo rigor, deixe-me lembrar-lhe o nome de um dos maiores livre pensadores da nossa história, com um pequeno extracto da sua biografia, que passo a transcrever:

"Passou como muitos outros intelectuais, pela cadeia do Aljube, durante o regime do Estado Novo, dando ali entrada no início de Dezembro de 1939.

A tarimba que lhe servia de cama era apenas provida de um exergão sebento, duro como pedra.
Sentado na tarimba, os joelhos roçavam as paredes, tudo isto na penumbra.."

Este homem chamava-se MIGUEL TORGA e nunca se filiou em nenhum partido politico.

Dizia muitas vezes: "O meu partido é o mapa de Portugal."

Também ele merece a nossa homenagem.

Todos estes homens e mulheres que se insurgiram contra o jugo da ditadura que tantos anos pesou sobre o nosso país, merecem, sem excepção, a nossa homenagem, respeito e admiração.

É a todos eles que devemos a LIBERDADE...

Cumprimentos

Ana Rocha

Dois exemplos de coragem...

Coragem hoje, Abraços amanhã…

Conceição Matos nasceu em 1936 em São Pedro do Sul.

Muda-se para o Barreiro com apenas 3 anos de idade, para uma “barraca de madeira” no Bairro das Palmeiras, que partilhava com os pais e irmãos.

Inicia a sua intervenção política pela mão de seu irmão no MUD-Juvenil mas é na década de 50, após conhecer Domingos Abrantes com quem viria a casar, que ingressa no PCP.

É detida no dia 21 de Abril de 1965, sendo vítima da mais cruel e humilhante tortura jamais praticada pela PIDE.

Depois de 17 dias de isolamento em Caxias, é conduzida à Rua António Maria Cardoso.

Disseram-lhe então: "Daqui só sai para a morgue ou para o Júlio de Matos. Não sai daqui ninguém sem confessar tudo".

Ao terceiro dia do interrogatório, ininterrupto, Conceição começou a sofrer alucinações – “Via bichos nas paredes e estas moviam-se”.

Não controlava as gargalhadas quando algum dos agentes lhe dirigia a palavra.

Três dias depois, bastante debilitada, Conceição estava de volta ao edifício da António Maria Cardoso, para desta vez sofrer um dos momentos mais atrozes e humilhantes da sua detenção encabeçado pela Agente Madalena.

“Então vamos começar com o espectáculo." Abriu a porta, deixou entrar uma dezena de homens, entre agentes e inspectores da PIDE, e começou a despi-la. "Fala ou não, sua puta?!", gritou-lhe. Conceição ficou nua.

Tentaram mantê-la de pé, vestiram-na e mandaram entrar um "pide" que trazia consigo uma máquina fotográfica. "Julguei que ia morrer ali...".

Diz Conceição:"Quem vê aquele processo sabe que eu nunca falei à polícia.”

Foi em Caxias que primeiro lhe elogiaram a coragem.

“Eu disse o meu nome e quiseram saber se eu já tinha sido interrogada”. Respondi que sim e perguntaram "falaste?", "não" e eles responderam “coragem hoje, abraços amanhã".

Quando aconteceu a Revolução dos Cravos Conceição Matos estava em Paris, e Domingos Abrantes em Bruxelas.

Regressaram de imediato a Portugal.


”Só é livre, o homem que liberta.”

Mário Augusto Sottomayor Leal Cardia nasceu em Matosinhos a 19 de Maio de 1941.

Cedo se envolveu na política, o que lhe valeu a primeira expulsão de um liceu no Porto.

Em 1959, depois de participar na campanha eleitoral do general Humberto Delgado, ingressa na Universidade de Lisboa, onde se forma em Filosofia pela Faculdade de Letras.

Era um conhecido contestatário do regime de Salazar entre o meio estudantil, chegando mesmo a ser expulso de todas as universidades de Lisboa devido à sua insistente oposição à ditadura.

Aderiu entretanto ao PCP e é candidato a deputado, primeiro pelo Movimento de Oposição Democrática, em 1965, e depois pela CDE (Comissão Democrática Eleitoral) em 1969.

Ainda nesse período, trabalhou na revista “Seara Nova”, onde é chefe de redacção entre 1968 e 1972.

Registado como “politicamente suspeito”, todas as suas tentativas de editar livros acabaram em apreensões sendo os seus textos publicados na Seara Nova passados à lupa pela censura.

O seu rigor várias vezes o conduziu a atitudes de puro estoicismo que, num regime repressivo como foi o do Estado Novo, resultaram em cenas de pancadaria às mãos da PIDE.

Foi preso por diversas vezes.

Numa das suas prisões, foi barbaramente torturado, sofrendo uma ruptura da retina que o cega durante dois meses e da qual nunca viria a recuperar.

Em 1971 abandona o PCP, saindo em divergência com Álvaro Cunhal, e tornando-se militante do Partido Socialista, desde a sua fundação, tendo colaborado na redacção do programa eleitoral do PS.

Foi um antifascista e um lutador pela democracia, um reconhecido exemplo de coragem moral e física.

Ficou célebre a sua frase publicada no jornal estudantil Quadrante: Só é livre, o homem que liberta.”

Viria em 1991, a receber a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Faleceu no dia 17 de Novembro de 2006, com 65 anos, vítima de doença prolongada.


Fontes: Jornal “O Público”,Jornal “Diário de Notícias”,Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Um outro Herói...




O "Soldadinho" voltou, do outro lado do mar...

Passados 43 anos,
apenas na noite de Natal de 2006
o ouvi falar da Guerra Colonial
com um homem de quem ambos gostamos muito.

Chama-se Victor.
Completou em Março passado 69 anos.
É meu pai.


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Menina dos olhos tristes...


Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Vamos senhor pensativo
olhe o cachimbo a apagar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Senhora de olhos cansados
porque fatiga o tear
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Anda bem triste um amigo
uma carta o fez chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

A lua que é viajante
é que nos pode informar
o soldadinho já volta
está mesmo quase a chegar

Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar

José Afonso


quarta-feira, 16 de abril de 2008

O nosso Fado...

Era assim o nosso Fado...



"...Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não..."

Manuel Alegre

Festa da Liberdade

Faltam 9 dias para o dia 25 de Abril.

Decidi dedicar os próximos 9 dias deste espaço a comemorar a efeméride que libertou Portugal das grilhetas do silêncio, dando voz a todos nós...

Declaro abertas as festividades...

"...Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena..."

José Carlos Ary dos Santos

domingo, 13 de abril de 2008

Um combate pela Liberdade


Hoje apeteceu-me escrever sobre Edmundo Pedro que tive o prazer de conhecer o ano passado num jantar tertúlia em Lisboa, onde estive presente a convite de um caríssimo amigo.
Fiquei impressionada com a lucidez dos seus 89 anos e com a vivacidade da sua expressão, de onde se destacam uns olhos, ainda hoje, de "enfant terrible".

Nasceu em 1918, no dia 8 de Novembro, fruto do amor de Margarida e Gabriel Pedro, ambos funcionários do PCP, que por força da sua vida revolucionária cedo o entregaram aos cuidados de uma tia paterna.
Não obstante todos os esforços da tia para que tirasse o curso de engenharia, Edmundo escolheu seguir o exemplo dos pais, fugindo de casa aos 13 anos, quando se alista no PCP iniciando a sua actividade antifacista.
Com apenas 15 anos é preso pela primeira vez, acusado de actividades conspirativas no 18 de Janeiro de 1934.

Dois anos mais tarde, com 17 anos, volta a ser preso e parte juntamente com o seu pai e outros dirigentes do PCP, para "inaugurar" a prisão do Tarrafal de onde várias vezes tentou fugir.
A sua última tentativa frustrada valeu-lhe 70 dias de castigo na "frigideira" e uma desilusão.
O PCP castigou-o com 2 anos de suspensão pois a fuga não tinha sido autorizada, e ninguém podia fugir sem antes informar o partido...
Bate com a porta e sai do partido, sem no entanto deixar de se dedicar ao combate contra o Facismo.

Estes e muitos outros, são os episódios que conta em "Um combate pela Liberdade", o seu primeiro livro de memórias, que ofereci no passado Natal de forma assumidamente calculista, a uma pessoa que me é muito querida e que termino agora de ler.

Membro do Partido Socialista desde o "Verão Quente" de 1974, Edmundo Pedro está hoje envolvido no Movimento Cívico "Não apaguem a memória", que luta para que o sacrifício dos resistentes antifacistas não seja esquecido.

Um dos objectivos do movimento é a criação de um museu na prisão do Tarrafal, a transformação da prisão do Aljube em Museu da Resistência e da Liberdade e a criação do "Roteiro da memória" na cidade de Lisboa.

Em Setembro último, de volta ao Tarrafal, são estas as suas palavras: "Chorávamos pelos que se iam embora e até por nós. Eu via passar os anos, via morrer os meus companheiros. Tive momentos em que chorei, às escondidas do meu pai. Mas é natural que se chore."

Sim, é natural que se chore.

Um grande bem haja, Camarada!

sábado, 12 de abril de 2008

Eu sei que tu sabes que eu sei...


Ainda não tive oportunidade de agradecer à minha amiga Rogélia Costa os parabéns que dirigiu aos eleitos para a nova Comissão Política Concelhia do PS Barreiro, entre os quais me incluo, na sua última coluna no Jornal Margem Sul.

Questionava também esta minha amiga, se a estratégia deste recém-eleito órgão seria a de "colocar os interesses do nosso Barreiro em primeiro lugar", referindo mais à frente no mesmo documento, "que a população gostaria de saber o que seriamos capazes de fazer pelo Barreiro".

Fiquei surpreendida, mas aproveito para lembrar que se tratou de um sufrágio interno do Partido Socialista para a eleição dos Órgãos Dirigentes Locais, e que, no meu entender e na sua essência, apenas aos militantes do PS se dirige e diz respeito.

A tarefa de mostrar à população que é capaz de fazer o que prometeu aos Barreirenses no último sufrágio a que todos os cidadãos foram chamados, cabe neste momento ao actual Executivo do PCP, que gere os destinos da nossa cidade.

Quanto ao Partido Socialista, os Barreirenses têm memória e sabem, seguramente, que sempre colocámos os interesses da nossa cidade em primeiro lugar, o que fizemos e seremos capazes de fazer pelo Barreiro.

Um olhar atento pela cidade permite aliás, com facilidade, reconhecer as bases de desenvolvimento deixadas pelo mandato autárquico do PS, e numa lógica de região, será impossível sermos alheios aos investimentos estratégicos do Governo Socialista que em breve serão uma realidade por todo o distrito de Setúbal.

Entre outras afinidades, num ponto concordo com a minha amiga Rogélia...

Somos ambas democratas e sabemos resistir e perdoar.
Quase me apetece dizer "Eu sei que tu sabes que eu sei..."


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Colher de chá...

Este blog tem como objectivo servir de espaço de reflexão e debate e não é, de forma alguma, avesso a opiniões diferentes das que aqui são expressas.
No entanto, tal como para tudo na vida existem regras, e vejo-me obrigada a clarificar o óbvio e perder tempo a enviar um recado para os(as) mais desatentos(as) :

Tendo em conta que todos os comentários são moderados, não serão publicados quaisquer tipo de "contributos" considerados ofensivos quer aos "posts" aqui publicados quer às pessoas que os comentem.

Relativamente à senhora que teve o privilégio de ter sido a primeira a quebrar esta regra, aconselho-a vivamente a desenvolver um argumentário diferente, pois o recurso repetido ao tipo de linguagem que utilizou, apenas poderá ser espelho da limitação da sua inteligência.

Não resisto a terminar com uma frase uma vez utilizada por um amigo em situação semelhante:

"Poupem-se a trabalhos estúpidos e dessa forma poupar-me-ão a trabalhos inúteis."


segunda-feira, 7 de abril de 2008

O milagre de “Parar o vento com as mãos”


Após ter assistido aos depoimentos do Senhor Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, confesso que algumas dúvidas me assaltaram sobre a tomada de posição do PCP sobre a 3ª Travessia do Tejo.

Se fizermos uma viagem no tempo, considerando que o PCP foi poder durante 27 anos na nossa cidade, isto a juntar ao actual mandato, é caso para perguntar o que defendeu o PCP durante todo esse tempo?

Que posições tomou durante as duas décadas de estudos sobre a localização desta travessia?

Quem gritou mais alto quando foi inviabilizada esta opção Barreiro/Chelas a favor da construção da actual Ponte Vasco da Gama?

Hoje em dia, parece que tudo mudou e em vez de se conseguir o milagre de “parar o vento com as mãos” e ver o Barreiro crescer ao doce sabor da planície alentejana, assistimos a um fervilhar de ideias, à urgência do desenvolvimento que se negou a esta cidade durante quase 30 anos.

Acredita-se na independência do estudo do LNEC e afirma-se que este instituto dificilmente poderia ter outra opção que não o eixo Barreiro/Chelas.

Defende-se com fervor uma ponte rodo ferroviária com o argumento que ajudará a consolidar uma cidade região, plena de desenvolvimento.

Imagine-se que até se querem projectos para recuperar o passado industrial do Barreiro, com a utilização dos terrenos da antiga CUF e sonha-se com um novo complexo industrial com forte recurso às novas tecnologias.

(Será que é agora que se tira da gaveta mais um projecto com a marca socialista como a Cidade do Cinema?)

Congratulo-me com o facto do futuro desta cidade ter dependido de uma decisão do Governo do Partido Socialista.

Ganhamos todos.

Todos, menos os que apanham a boleia e nada mais fizeram pelo Barreiro senão durante anos a fio, miraculosamente, “parar o vento com as mãos”.


quinta-feira, 3 de abril de 2008

O Barreiro MARCA !!!!


Não poderia existir dia mais propicio ao início deste blog senão o dia em que é formalmente anunciada a decisão da construção da 3ª travessia do Tejo entre Barreiro e Chelas, decisão que se reveste de uma importância vital para o desenvolvimento da nossa cidade, do distrito de Setúbal e de Portugal.

Esta decisão, em conjunto com toda uma outra série de investimentos onde se incluem a plataforma logística do Poceirão, os investimentos que serão feitos na Portucel e na plataforma industrial de Sines e ainda a construção do novo Aeroporto Internacional, vem finalmente retirar ao distrito de Setúbal os seus ónus negativos e torná-lo o real motor de desenvolvimento do país.

Está de parabéns o Governo do PARTIDO SOCIALISTA!
Estão de parabéns os Barreirenses!
Está de parabéns Portugal!